terça-feira, 28 de abril de 2009

Carreteira - Bamboo Recumbent Bike

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O nome da terceira bike vem da aventura conquistada nesse verão em que eu percorri toda a Carreteira Austral.
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Construí a bike ao mesmo tempo que fazia os planos para a viajem pelo Chile.
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lá no risco do meio da montanha que continua a estrada
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Percorri 1334km de todo tipo de estrada de ruins, muito ruins a tenebrosas e até um pouquinho de alfalto perto de Coyhaique que tem pouco mais de 30 mil habitantes e foi a maior cidade que eu estive durante a viajem.
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Em outubro do ano passado estes três bambús abaixo já tinham começado a se transformar numa audaxiosa reclinada.
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Nesse estágio eu nem imaginava os grandes desafios que estavam por vir. Desafios estes principalmente relacionados ao alinhamento da caixa de direção, movimento central e o resto da bicicleta e também em relação a prender as gancheiras tudo isso levando em consideração que deveria ser atingido o máximo em resistência em cada parte.
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Durante a construção eu tive comigo uma outra bicicleta reclinada de um amigo como referência. A bicicleta é a reclinada IPÊ de um fabricante brasileiro. O nome se deve as primeiras bicicletas produzidas por ele que eram de madeira da árvore IPÊ.
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O principal motivo de ter essa bicicleta foi testar a ergonomia da reclinada com todos os ângulos possíveis referentes ao banco uma vez que esse projeto foi todo feito sob medida para mim e não ha possibilidade de ajustes. Para as distâncias entre banco e movimento central, etc eu não precisei nada mais que minhas próproias medidas.
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O último passeio dessa bike foi o AUDAX 300km aqui de Porto Alegre em que eu errei o percurso e com isso ganhei 18 quilômetros a mais, furou duas vezes o pneu traseiro cada furo separado 2min um do outro pois havia um caquinho de vidro escondido lá dentro. Outro infortúnio foi ter estourado um Power gel no meu bolso e com isso meu calção ficou um grude, éca!! Justamente por esses problemas no percurso que foi especilmente emocionante completar a prova em tempo.
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Meu próximo projeto em relação a essa bicicleta é desenvolver a tração dianteira que vai simplificar o sistema e possivelmente diminuir o peso pois diminui muito o comprimento da corrente. Antes disso pretendo criar um garfo de bamboo com o espeçamento necessário para introduzir um cubo "traseiro". Ao invés de usar somente uma grande polia, na altura do movimento central, quero por duas para repetir a experiência que tive com a MTB de "Retro-Direct Drive" em que ha uma marcha quando se pedala para frente e outra marcha pedalando para trás.
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A grande vantagem desse sistema é que além de possibilitar usar outros músculos tudo fica mais simples depois de ajustado.
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Link`s dessa bicicleta:
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Reportagem do RBS esporte:
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terça-feira, 7 de abril de 2009

Mountainboo

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Esta minha segunda bicicleta eu construí em tempo recorde. Foi um projeto simples que também deu muito trabalho mas consegui concentrar muitas horas de trabalho em duas semanas.
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Meu plano foi serrar o quadro de uma bicicleta velha que eu tinha e substituir os três tubos principais pelo bambú. O problema é que cada vara teria que ser trabalhada para entrar super justo sendo que era preciso martelar elas para dentro e tirar algumas vezes para ajustes. Esse trabalho foi necessário para afinar o alinhamento que eu fazia com uma grosa.
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Como da para perceber pela foto abaixo o bamboo do meio é mais grosso e fica por fora do pedaçinho de aço. Isso é essencial para evitar o exesso de flexibilidade característico desse material.
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O momento de colar as três varas teve que ser planejado com uma ordem de montagem pois caso eu colasse o bamboo de cima primeiro, por exemplo, ficaria impossível colar os demais depois. A hora de usar o Poxipol é sempre a mais emocionante já que essa cola endurece em 10 minutos mas tudo tem que ser feito em menos de dois minutos pois depois disso a cola começa a se tornar uma massa densa e perde as características adesivas. Se algo da errado nessa parte do processo não ha o que fazer além de recomeçar tudo e com material novo.
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Logo que a bike ficou pronta começaram os test-drives. A primeira volta foi uma ida até a Rodociclo que fica a uns bons quilômetros da minha casa. Primeiro eu nem subia e logo que senti um pouco mais de confiança pedalei umas subidinhas, mas subir calçadas nem pensar. Na volta eu ja não queria saber de nada. Pedalei subindo, descendo, subi as calçadas e cheguei a esquecer que era a recém a primeira volta dela.
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Mais uns dias e ela se tornou minha bike do dia-a-dia. Até hoje é ela que me leva para a OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) onde trabalho.Porém tive um probleminha . As duas varas superiores entram um pouco para dentro do que restou do antigo quadro de aço mas o bamboo que fica na vertical ficou por fora e a junta da parte de baixo aguentou só uns dois meses e depois soltou e por isso tive que planejar uma forma diferente de prender aquela parte. Depois de algumas tentativas que não deram certo tive a idéia de usar abraçadeiras. Uma principal no bamboo e as outras presas nessa principal passando por baixo do movimento central. Depois para dar mais tensão nas abraçadeiras eu soquei uns parafusos nos lugares onde a abraçadeira se afastava um pouco. Junto com isso Poxipol para garantir, heheh
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Da para ver na foto que não ficou muito bonito mas minha prioridade é sempre exagerar na resistência da bike.
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Já fiz vários passeios como o da foto abaixo pelas estradas de chão por volta de Caxias do Sul e completei o AUDAX 200km de Porto Alegre desse ano com ela.
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A última mudança foi instalar um sistema de duas marchas "fixas": uma quando pedala para frente e a outra quando para trás como da para ver abaixo. O sistema se chama Retro-Direct drive e é extremamente simples. Foi o primeiro sistema de marchas. Antes só haviam bicicletas de roda fixa ou livre.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Primeira Bamboo Bike

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Eu sempre tive interesse em iniciativas em relação à ecologia e por isso o bamboo me chamou atenção. Esse material tem características mecânicas impressionantes como sua leveza, resistência e flexibilidade. Essa última que torna o material ainda mais forte pois em vez de quebrar ou trincar ele absorve os impactos.
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Para evitar o exesso de flexibilidade além de escolher uma espécie boa deve-se usar varas com um bom diâmetro e isso eu ainda não tinha descoberto ao construir a minha primeira bike.
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Ela ficou super boa em si e sem dúvia satisfez minha espectativa que foi construir uma bike forte e com boa estabilidade. O principal problema é que quando eu pedalo mais forte como para subir ou acelerar a bike inteira torce um pouco mas todos problemas servem de aprendizado para a próxima!
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Começei a fantasiar com essa bicicleta quando um amigo e colega de trabalho comprou uma reclinada holandesa lindíssima, equivalente a uma ferrari a pedal!! Certo dia eu estava no sítio de um conhecido e vi alguns bambus de estaca para umas plantas mortas e achei um desperdício. Abaixo tem a foto de mim levando numa Barra Circular as varas que se tornariam minha primeira bici de taquara:
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Logo que os bamboo`s chegaram na minha casa começei a experimentar diferentes configurações e logo cheguei ao desenho abaixo que já é muito parecido com o que a bike se tornou.
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Tendo como princípio que muitas coisas que eu projetava no papel não faziam sentido na prática eu segui o projeto por experimentação e fui resolvendo os desafios das conexões à medida que eu avançava com o projeto.
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O resultado foi uma bike bem rústica e que atrai as mais variadas reações e comentários como:
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"ô, vamo espreme esse negócio aí i fazê um cáldo de cãna!"
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"ê, tu aí: robô um páu de varau pra faze issa-í?"
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"Aa, essa aí tem ferro por dentro..."
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heheh e por aí vai
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