sábado, 28 de agosto de 2010

AUDAX 50 + 50 + 50 ... + 50 +50





Amigos deste pequeno planeta!!

Fim de semana passado completei mais um AUDAX. Desta vez foi um mais curtinho, quero dizer uma porção de mini-AudaXes em um só. Convenhamos que pedalar 600 quilômetros é desumano porém pedalar 50 mais 50, mais 50, da uma paradinha, mais 50 aí tranquilo!! :-)



Minha maior alegria e conquista dessa prova foi que eu completei os 612kms tranquilo, sem nenhuma dor, no máximo algum desconforto e só!!!! Agora estou me preparando para o Audax Hum mil quilômetros e assim como em todas outras provas uma das minhas motivações é mostrar que não é preciso comer carne nem para ser um atleta.



Desta vez também consegui fazer parte de algumas panelinhas durante a prova. Todos outros Audaxes eu passei muito pouco tempo com alguma companhia mas desta vez foram uns 250kms sem estar sozinho! Em todo trajeto até Santa Cruz, km157 eu pedalei junto com um amigo trompetista de longa data, Jordelei mais a Simone e outro companheiro que não me lembro o nome. Depois seguí sozinho e quando novamente veio a noite me juntei com um ciclista gente finíssima, Daniel e pedalamos juntos a pior parte de todo trajeto que foi a região de Encruzilhada do Sul pelos aclives fortes e intermináveis.




Nessa parte tenebrosa do trajeto eu desconfiei que tinha alguma coisa me sugando energia e já perto de Pantano me dei conta que da última vez que eu tinha tirado e posto o garfo de volta eu deixei de fora um espaçador e por isso não consegui dar aperto suficiente na caixa de direção.

Eu tinha que dar um jeito mas não sabia como. Com certeza eu não iria encontrar um espaçador então teria que ser uma engembra mas com o que? Fui esperto em espalhar meu problema por todos ciclistas para ver se alguém surgia com alguma solução. Um ciclista muito querido, Gilson, me falou: Por que tu não usa moedas? Não entendi, já tinha quase 400kms e minha criatividade estava um pouco lenta mas devagarito foi caindo a fixa! A imagem abaixo mostra a solução a la Macgyver que solucionou de vez o problema!!



Eu estava em cima do tempo por ali, quase sem margem para descansar porém depois de apertar bem o movimento central eu saí chispando e cheguei em Porto Alegre a 1h e 35min do tempo máximo.

Porém não foram tudo belas borboletas quando solucionei aquele problema. A bici de fato voltou a ficar 100% depois de apertar o movimento central que em bicicletas reclinadas é essencial que esteja fixo. O porém foi que logo começou a nascer o segundo dia sem eu dormir nada, só com direito a alguns descansos michurucas. Eu sou tranquilo para me manter acordado 90% do dia mas tem um período que é meu ponto fraco: do nascer do sol até ele nascer de vez.

No segundo amanecer não foi diferente, pelo contrário foi especialmente difícil manter aceso o processador. Isso foi logo depois de sair de Santa Cruz voltando a Porto Alegre no caminho que passa por Vale Verde. Tinha uma neblina super densa e difícil de enchergar e minha mente estava com dificuldade de discernir o que meus olhos viam. Por fim começei a ter algumas alucinações: um arbusto mais uma placa me parecia uma pessoa arrumando a cerca. Depois lá adiante uma curva bem comprida e no meio da neblina dois caminhões. Pera aí, um só! Não, ué, que estranho, um aparecia e desaparecia EPAAAA!!!

Eu estava dormindo e pedalando ao mesmo tempo! Imagino que foram 5 segundos fora do ar mas não tenho como ter certeza. Depois desse susto ainda foi difícil me manter bem alerta até sair bem o sol. Até lá mais uns galhos de árvores somados a coisas diversas pareciam pessoas até eu chegar bem do lado. Depois voltaram a funcionar as baterias do meu corpo e chispei até Porto Alegre numa boa!